quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Deu Merda!


Autor conhecido porém oculto.
(O relator não informará o nome, visto conteúdo da história ser, digamos, um pouco constrangedora!)

Há algum tempo atrás, acho que uns dois anos mais ou menos, minha esposa combinou de ir a casa de uma de suas colegas de trabalho que estava fazendo aniversário. Foi num sábado, a partir das 20h.
Tentamos não chegar tarde, até porque havíamos deixado nossa filha na casa da minha sogra, ou seja, melhor evitarmos voltar tarde da festa.
Quando chegamos lá, já estavam quase todos na casa desta amiga, menos o cunhado dela, que não era da nossa cidade e estava chegando, porém não sabia direito como chegar lá.
Voluntariosamente me ofereci para buscá-lo na rodoviária, e ele acompanharia meu carro até o apartamento da nossa amiga.
Uma meia hora depois ele ligou avisando que já estava na cidade, portanto fui buscá-lo (sorte que sozinho).
No meio do caminho começou a dar uma cólica, daquelas bem doídas, na região do abdômen, era o prelúdio que vinha merda chegando. Comecei a suar frio, e o pior que não podia soltar sequer gases, porque pressenti que o que estava por vir, já viria direto, sem aviso.
A dor aumentando e eu chegando na rodoviária, só que eu não queria usar o banheiro da rodoviária, até porque o cara estaria me esperando, e que desculpa dar para entrar lá e pedir para que ele me aguardasse? O jeito então era arriscar a sorte, fechar bem a válvula e aguardar o retorno ao apartamento.
A minha sorte foi que mal havia feito o retorno na rodoviária e vi que ele já me seguia. Foram os minutos mais longos da minha vida a partir de então, até o momento em que chegamos ao apartamento. Einstein estava realmente certo quando nos disse que o tempo é relativo, afinal, quando se está com dor de barriga das bravas, enquanto não se encontra um vaso sanitário amigo, parece que o tempo custa a passar e demora muito para encontrarmos com o trono real!
Enfim chegamos! Mas por azar me lembrei que ela morava no terceiro andar. Mas tudo bem, parado no elevador não teria risco de soltar nada, porque se fosse de escada... ih, cada degrau uma decepção.
Entramos no apartamento e nem olhei para onde estava indo, quem estava lá, o que me importava era achar a porta do banheiro!
Encontrei a porta entreaberta, espiei e saiu um “ufa” de meus pensamentos: não tinha ninguém.
Entrei, mal fechei a porta e já estava com a calça arriada. Enfim o trono real em minha frente!
Sentei e no mesmo instante comecei a sentir uma onda de alívio, aquela sensação que se não é a melhor do mundo, é das melhores, sensação de expelir o que o corpo não precisa, “desenfezar” o nosso ser.
Depois de alguns minutos, percebi que já estava mais que satisfeito com o serviço que, além de ter matado aquilo que me incomodava, deixou o ar do banheiro com um cheiro tão desagradável que eu nem agüentava.
Pois bem, fui dar a descarga, e meu sangue ferveu... era inacreditável.
Ao dar a descarga, ao invés da tubulação ingerir toda aquela poluição, o vaso começou a se encher, e foi enchendo, enchendo, quase transbordando, eu todo desesperado tentando aliviar a válvula que havia travado, que enfim transbordou.
Foi merda pra tudo quanto é canto do banheiro, e se eu não tivesse agido rápido, sairia do banheiro...
Peguei pano de chão, toalha de rosto, papel higiênico, tudo o que poderia absorver toda aquela cagada, e limpei, foi um impulso natural, de desespero, como se fosse um instinto.
Foi aí que pensei em seguida em como iria explicar tudo aquilo, o tempo que demorei, as toalhas sujas, o cheiro... então espiei pela janelinha do banheiro e vi que dava para uma área de serviço do AP.
Peguei o celular, e liguei para minha esposa, explicando todo o ocorrido a ela. A minha idéia, então, era que ela fosse até a área de serviço, pegasse um pano de chão e desinfetante. E foi o que ela fez.
Me passou pela janela, e praticamente lavei o banheiro, deixando o mínimo possível de rastro da catástrofe ecológica que havia ocorrido ali alguns minutos atrás.
Perguntei à minha esposa aonde ficava a pia da área de serviço, e por sorte ficava próxima a janela do banheiro. Joguei as toalhas inundadas de excreção pela janela e depois de sair, as deixaria de molho.
Saí do banheiro e fui à sala. Acho que ninguém deve ter percebido, mas sabe aquela sensação de que todos estão te olhando, sabendo da merda que tinha acontecido (no sentido real e literal da expressão) e minha risada rosada e sem graça me acusando, enfim, deu merda, deu merda mesmo. Nunca mais faço o número dois fora de casa.

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